terça-feira, 29 de maio de 2012

MATURIDADE


(Com saudades deste poeta maravilhoso.....)


MATURIDADE

Desde criança ouvimos
Falar em alegria ou lamento,
E até hoje ainda se fala
Da passagem do tempo.

Em uma fase da vida
O tempo custa a passar;
Desejamos ter mais idade
Para algum prazer desfrutar.

Com um pouco mais de idade,
Quando a juventude já passou,
Olhando para trás nós vemos
Que passou rapidamente - voou!

O tempo é como um caminho:
Tem seu começo, meio e fim;
Não é o tempo que faz a vida
A vida faz o tempo enfim.

Toda fruta bem madura
É mais bonita e tem melhor paladar;
Com os mais "maduros" também é assim,
Sempre tem bons conselhor a dar.

Vivamos a nossa vida
Agora, na maturidade,
Servindo de exemplo a muitos,
Principalmente à mocidade.

Não importa a tua idade,
Se é mais sério ou está sempre a sorrir,
Você será bom ou mau exemplo,
Depende de como você vai agir.

Autoria de: Silas Oliveira (Santo André)
(4° lugar no 1° Concurso Literário para a Terceira Idade do Grande ABC - SESI-SENAI - 2008)

O TEMPO


Ahhh!!  Nada como dar tempo ao tempo!
O Tempo é um grande amigo da vida.
O Tempo diminui a tristeza, ameniza a dor, nos ajuda a reconsiderar.
O Tempo acalma as turbulências presentes na vida de qualquer um.
O Tempo revela  a durabilidade da alegria, do afeto, da amizade e do amor!
O Tempo ensina a ter paciência, perseverança...
O Tempo ensina o valor real das coisas e a importância das pessoas!
O Tempo mostra a verdade das palavras ditas...ou não ditas!
O Tempo firma amizades, conquista o amor, fortalece relacionamentos.
Ahh! O Tempo....Esse bom e amigo Tempo!
Amigo do coração, da saúde, do ânimo.

Aquele que dá tempo ao tempo, verá a verdade e a mentira.
Entenderá o “sim” o “não” e principalmente o “espere”!
Aprenderá  que tem coisas para “guardar” e coisas para “jogar fora”
Entenderá  que algumas pessoas são tão importantes que precisam fazer parte de nossa vida para sempre!

Texto de Rosiléia Dias Araujo(2011)
“Há tempo para todas as coisas”   (Eclesiástes 3)

MEU CAMINHO

Há caminho que ao homem parece direito, mas
o caminho do ímpio é abominável ao Senhor, o do preguiçoso é cerca de espinhos...
Há caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim é laço de morte.


Há caminho que o coração planeja,
Há caminho que o coração escolhe.

Senhor,
aperfeiçoa o meu caminho...
purifica o meu caminho...
ilumina com tua palavra o meu caminho...



Endireita diante de mim o meu caminho.
Ensina-me e instrui-me acerca do caminho que devo escolher.
Faze-me ouvir tua voz a dizer-me: "Este é o caminho, andai por ele".
Faze-me entender o teu caminho, pois o teu caminho é perfeito!

Te entrego o meu caminho Senhor, confio em Ti.
Te entrego o meu caminho Senhor, esquadrinha-o e vê se há algum mau, e guia-me pelo
caminho eterno.

Prepara no mar um caminho, e põe no deserto um caminho.
Guia-me pelo caminho que nunca conheci.
Guia-me pelo caminho estreito, não pelo espaçoso que conduz a perdição.
Faze-me entender e andar pelo caminho da paz,
a viver no caminho mais excelente do amor,
a trilhar o caminho da justiça, a ser a igreja do caminho.
Mas principalmente,
Faz-me conhecer Aquele que é o caminho = Jesus!


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Rosiléia Dias Araujo
Maio/2012





O MILAGRE



Ninguém pôde perceber.
Foi um momento único, especial.
Há quem possa até dizer,
que fora sobrenatural.

Olhos não viram,
Ouvidos não ouviram.
Nada mudara, 
aparentemente.
Porém, uma vida
tomava forma,
 vagarosamente.

E, meu coração,
começou a sentir algo novo.
Indescritível!
Era a sua vida tomando forma,
Era seu coração batendo,
Era o sopro divino de vida,
Era o milagre crescendo!


E agora meu olhos te vêem,
E agora meus ouvidos de ouvem,
E agora que sinto teu coração,
Só posso erguer as mãos aos céus,
E com minha voz declarar:

Eis o milagre!
Eis o meu filho!
Deus me fez mãe!



Rosiléia Dias Araujo
1o lugar Concurso Poesias
Parada de Taipas 
1999


quinta-feira, 3 de maio de 2012

NÃO TE AMO MAIS




Não te amo mais,
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quiz.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
voce não significa nada
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que já te esqueci
E jamais usarei a frase
EU TE AMO
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
E tarde demais!

(Clarice Lispector)

Obs.: Agora leia cada frase iniciando
no final do texto.

Obs. pessoal:
(Este texto de Clarice Lispector
pode ser usado para uma reflexão
sobre cinrcunstâncias que afetam
o sentimento no relacionamento
conjugal.)

Rosiléia Dias Araujo

terça-feira, 1 de maio de 2012

ALGUMAS MANEIRAS DE FAZER ALGUÉM FELIZ



ALGUMAS MANEIRAS DE FAZER ALGUÉM FELIZ

Dê um beijo.
Um abraço. 
Um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia.
Dê um pouco de calor, do seu sentimento.
Sente-se perto e fique por algum tempo.
Não conte o tempo de se doar. 
Liberte um imenso sorriso.  
Rasgue o preconceito
Olhe nos olhos.
Aponte um defeito, com jeito.
Respeite uma lágrima.
Ouça uma história ou muitas, com atenção.
Escreva uma carta e mande.
Irradie simplicidade, simpatia, energia. 
Num toque de três dedos, observe as “coincidências”.
Não espere ser solicitado, preste um favor.
Lembre-se de um caso.
Converse sério ou fiado.
Conte uma piada.
Ache graça.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte: Por quê? Como vai?
Como tem passado?
Que tem feito de bom?
Que há de novo? E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme. 
Diga de vez em quando, desculpe, muito obrigado,
Não tem importância, que há de se fazer, dá-se um jeito.
Tente de alguma maneira ... 

E não se espante se a pessoa mais feliz for você!!!
(autoria desconhecida)



NÃO SEI


"NÃO SEI"

MAX GEHRINGER

Se vc ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena:

Você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e alí... aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:

- Será que vai chover hoje?

Se você responder "com certeza"...a sua área é Vendas:
- o pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.

Se a resposta for "sei lá, estou pensando em outra coisa"... então a sua área é Marketing:
- o pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando.

Se você responder "sim há uma boa probabilidade"...você é da área de Engenharia:
- o pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.

Se a resposta for "depende"...você nasceu para Recursos Humanos:
- uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.

Se você responder "ah, a meteorologia diz que não"...você é da área de Contabilidade:
- o pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.

Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuvas":
- então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada
para qualquer virada de tempo.

Agora, se você responder "não sei" há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando à diretoria da empresa.
De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe.
Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.

"Não sei", é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo e pré dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão.
Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de se aprender na vida corporativa.
Por quê?
Eu sinceramente "não sei".

ESCUTATÓRIA





Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma".

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:
"Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma".

Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.
(Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.).

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.
Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".

Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Rubem Alves



A TIGELA DE MADEIRA


A TIGELA DE MADEIRA

Um senhor de idade foi morar com seu  filho, nora e o netinho de
quatro anos de idade.
As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos
vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão
falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
- Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai - disse
o filho.
- Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente
comendo com a boca aberta e comida pelo chão.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da
cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia
as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora
era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes
ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que
lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou 
comida cair ao chão.
O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu  que o filho pequeno
estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
- O que você está fazendo?
O menino respondeu docemente:
- Oh, estou fazendo uma tigela para você  e mamãe comerem,
quando eu crescer.
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles
ficaram mudos.
Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava
ser feito.
Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente
conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as
refeições com a família.
E por alguma razão, o marido e a esposa  não se importavam mais
quando um garfo caía.


Cláudio Seto